Bio
Jacqueline Nogueira Cerqueira, reside em Sapeaçu- Ba desde que nasceu, é poetisa e escritora, assina pelo pseudônimo “Jacquinha Nogueira”, graduada em Letras Vernáculas – UNEB, 2013, é professora e pesquisadora literária; é especialista em Cultura e Literatura pela Barão de Mauá (2015), especialista em Literatura Contemporânea pela Barão de Mauá (2015), organizadora do Sarau Sapeaçu, desde 2014 e desenvolve nas escolas onde leciona o Projeto em experimentação: “A Poesia Vive” desde 2013. Têm poesias publicadas nas antologias, “O Diferencial da Favela: Poesias Quebradas de Quebrada”, 2014; “Poesia Livre 2014”; Coletânea Prêmio Galinha Pulando (2014) “Antologia Poética Vol. II Cogito” (2015) ; Revista Farpa 1ª edição (2015); Confraria Poética Feminina (2016).
Produção Literária
Crespo
Nada de bombril!
Meu cabelo não é esponja de aço
É crespo, moço!!!
É crespo, moça !!!
Não custa falar
Aprenda a nomear, a respeitar
A minha diferença da sua
Os meus cachinhos miudinhos, enroladinhos
da raiz as pontas
Crescendo pro alto, volumoso e hidratado
Enquanto você fica aí o julgando de ressecado,
Apelidando de duro e descendo o esculacho
No jato d’água ela escorre e deixa meus cachinhos mais amostrados
Quando seca ele é pura beleza no estilo armado
Olhando no espelho, moço
Olhando no espelho, moça
Meu black reflete minha identidade
Mulher naturalmente bela
sem a necessidade constante
de uma maquiagem.
Gordiva
As minhas formas
Fora das normas
Impostas pelos padrões sociais
As minhas formas
Fora das normas
Impostas pelos padrões sociais
As minhas formas
Fora das normas
Impostas pelos padrões sociais
Já se olhou no espelho?
Olho e me vejo todos os dias
Quantas necessárias vezes for
Olhar e ver que lá estou
Inteira
Com todas as minhas curvas e dobras
Quebrando tabus de beleza
Não abaixo a magreza
Mas no meu corpo
ela não foi, não é
e nunca vai ser
ditadura da beleza
Amo as minhas curvas
Amo as minhas curvas
Amo as minhas curvas
e os meus tamanhos
Quando abro ou fecho os olhos
Quando abro ou fecho os olhos
Quando abro ou fecho os olhos
Me vejo, Me amo, Me gosto
Quando abro ou fecho os olhos
Quando abro ou fecho os olhos
No espelho ou fora dele me encontro
Bela ,Única, Plural
Negra, Gorda, Diva
Exprimindo na curva mais bonita
do corpo de uma mulher
Um amor sem igual
Quando abro ou fecho os olhos
Quando abro ou fechos os olhos
Passando a mão pelo meu corpo
Sentindo toda proporção
da minha sinuosidade
Porque o corpo
é além do visível
é também intimidade
E mulher não é padrão
É diversidade.
Publicações
- O Diferencial da Favela: poesias quebradas de quebradas (2014);
- Poesia livre (Prêmio poesia livre 2014) (2014);
- Coletânea Premio Galinha Pulando (2014);
- Revista Farpa 1ª edição (2015);
- Antologia poética: Vol. II Cogito (2015);
- Confraria Poética Feminina (2016).