Adriano Eysen

Foto: Volney Menezes

Bio

Possui graduação em Licenciatura em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2000), especialização em Estudos Literários pela Universidade Estadual da Bahia (2001), é Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC), poeta, crítico literário, professor Assistente de Literatura Portuguesa e Brasileira da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus XXII – Euclides da Cunha e membro efetivo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e do Instituto Geográfico de Lisboa. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Portuguesa e Brasileira, e pesquisas em cultura popular. Foi, de 2009 a 2011, coordenador do Curso de Pós-graduação, stricto sensu, em Estudos Literários e Linguística Aplicada ao Ensino. Foi bolsista da CAPES (2012), para realizar estágio de doutoramento na Universidade Nova de Lisboa. O autor publicou, dentre outros livros, Imagens do Sertão na poética de Castro Alves (2005/06 – ensaio – UESB), Cicatriz do silêncio (vencedor do concurso de poesia Banco Capital, 2007), participou da Coletânea de Contos Machado de Assis (Prêmio SESC/DF, 2007-2010) e da Coletânea de Poesias Carlos Drummond de Andrade (Prêmio SESC/DF, 2010). Tem artigos publicados em revistas, a exemplo de Outros Sertões e Lararana, e jornais como A Tarde Cultural e Tribuna Feirense. Coordenou o Café Literário no Congresso de Educação (Vitória da Conquista/BA, 2005 a 2007); o I Colóquio em Estudos Literários e Linguísticos (Euclides da Cunha/BA, 2009); o Projeto Travessia Poética (Feira de Santana/BA, 2009); fez parte da Comissão Organizadora do XXIII Congresso Internacional da ABRAPLIP (Salvador/BA, 2009) e organizou a Festa Literária de Euclides da Cunha (2014); o Simpósio Internacional 100 anos da Revista Orpheu: Fernando Pessoa e as Poéticas da Modernidade (Salvador, 2015) e o Colóquio de Literatura Baiana (UNEB/ Conceição do Coité, 2015).

Produção Literária

O tempo

O tempo tange meus mortos
nesta tarde feita de febres.
E os morcegos amam-se nos portos.

O tempo rabisca teoremas
no peito pedra do homem
onde fantasmas me consomem.

O tempo tece segredos
que partem em navios
cheios de brisas e medos.

O tempo sagra o samurai
que repousa a espada
nas mãos cáusticas de seu pai.

O tempo tarda meu cansaço
e a vida é um verso tordo
escrito na pele com pena de aço.

Vaqueiro de sete sóis

Para Jaquinho
Os chocalhos das vacas
anunciam sua partida
vaqueiro de sete sóis
e as algarobas farfalham em tua despedida
num tapete de girassóis.

O cavalo campeia
teus rastos na caatinga
e o gibão rasurado pela macambira
retrata tua bravura nessa aldeia
que vem em prece, aboio e cantiga.

Neste sertão, restam tuas rosetas
sangrando manhãs.
Vai, Aquiles das veredas,
montado no vento,
vestido de couro e coragem.

Oração aos cactos

Os cactos repousam no lajedo
e me ferem docemente.
Invejo-os porque são rudes, sem segredo.

Os cactos são meus pensamentos
barqueiros tristes e nulos.
Os cactos são meus sentimentos.

Sou um pagão às margens do rio.
Vejo o sol da minha janela
feito os cactos, sem certezas, sem brio.

Publicações

  • A lírica da ausência na poética de Álvaro de Campos e Mário de Sá-Carneiro (Editora Quarteto), 2015 - Crítica literária;
  • Assombros solares (Editora Via Litterarum), 2011 - Poesia;
  • Cicatriz do silêncio Editora EPP Publicações e Publicidade), 2007 – Poesia;
  • Imagens de Sertão na poética de Castro Alves (Editora da UESB), 2004 - Crítica literária.

Contato

adrianolittera@hotmail.com