Bio
Alec Silva organizou a coletânea de textos e imagens “Fragmentos”, publicada em junho de 2015, com autores de Luís Eduardo Magalhães, cidade em que reside, e participa do projeto Primórdios do Fantástico Brasileiro, que resgata os primeiros trabalhos de literatura fantástica no Brasil, além de divulgar autores menos conhecidos, com distribuição de e-books de obras esquecidas ou sem edições comentadas.
Ex-estudante de Licenciatura em História (UNOPAR), é apaixonado por civilizações antigas, mitologias, religiões, psicologia, filosofia e simbologia, elementos presentes na maioria de seus textos.
Em Luís Eduardo Magalhães, é considerado o primeiro ficcionista e peça importante para um pequeno movimento literário que reúne poetas e escritores independentes, a maioria presente na coletânea que organizou.
Como escritor independente, publica contos, poesias, novelas, romances e ensaios sobre mitologia e simbologia na cultura pop na Amazon, plataforma mundial de publicação e venda de e-books, e participa de projetos em parcerias com diversos autores, em outros Estados.
E como editor de um selo independente, a EX! Editora, além dos projetos “Fragmentos” e Primórdios do Fantástico Brasileiro, é responsável por auxiliar autores independentes a publicarem seus materiais em plataformas digitais e oferecer serviços editoriais a baixos custos para publicações impressas.
A partir de 2016, começou a traduzir e publicar algumas obras na língua inglesa, sendo a noveleta “Anamelia, a Tale Before Dying”, cujo breve conto “A menina que queria fugir” faz parte, a primeira delas.
Produção Literária
A menina que queria fugir
Anamélia sempre quis fugir.
Em noites frias, enquanto se perdia nas suas leituras fantasiosas, o desejo de abandonar o mundo chato a cativava. Reinos maravilhosos e terras mágicas a fascinavam demais, e desde criança, ao ouvir o pai narrando sobre princesas e príncipes, sonhava em um dia encontrar um portal e escapar. Com a morte dos pais, naquele inverno sombrio, fechou-se em um mundo ainda infantil, sendo acolhida por elfos e fadas, desejando rever aqueles que nunca mais veria vivos.
Ela cresceu. Sim, pois toda criança cresce.
Contudo, Anamélia ainda queria fugir.
Nas noites no orfanato, quando o zelador a visitava e brincava aqueles jogos que ninguém mais deveria saber que fazia, a vontade de fugir era enorme. Nunca se divertia, embora os doces recebidos no final fossem bons. E as outras meninas não eram gentis, caçoando de seus olhos de duas cores ou de seu gosto por livros de fantasia.
Ao ser adotada, também quis fugir.
Não que a família que a tratava tão bem fosse o motivo, mas aquele desejo era crescente demais. Fazia parte de sua alma o anseio pela escapatória.
Um dia, é certo, Anamélia fugiu. Para sempre.
Era uma noite tão fria que os sonhos se congelavam no ar, o menor suspiro de amor se cristalizava e as lágrimas se tornavam gotículas de diamante. A neve cobria as ruas e as almas, embora aquelas mais felizes fossem bem capazes de se manterem aquecidas.
Ninguém viu a garota, uma jovem tão linda, partir.
Anamélia conseguiu.
Finalmente fugiu.
Publicações
- O Deus Imortal; em: coletânea Fragmentos, 2015 - conto;
- A Guerra dos Criativos, 2013 - romance;
- Ninho de Dracogrifos; em: coletânea Dragões (Editora Draco), 2012 - conto;
- Zarak, o Monstrinho (Editora Multifoco), 2011.