Hílton

Foto: Dão Cláudio

Bio

Hílton,   soteropolitano , já  desde muito cedo tomou gosto pela leitura:  revistas em quadrinhos às centenas até histórias de Monteiro Lobato;  livrinhos de bolso de farwest e espionagem e fotonovelas foram outras centenas; depois, caros nomes da  literatura nacional e internacional ; também livros de não ficção das mais variadas abordagens; livros religiosos e também alguns clássicos. Fez seus estudos em escolas públicas estaduais em sua cidade natal. No ginásio foi premiado duas vezes em concurso de slogan sobre  “O Livro ” , pela Semana do Livro.

Começou a escrever por ócio, após ter concluído o curso médio e se situar naquela fase entre o final do curso médio e o início do primeiro emprego e/ou faculdade. Sempre lhe chamara a atenção nos livros didáticos de português o texto estruturado em versos , tanto visualmente quanto pela mensagem , geralmente de poucas palavras mas de mensagem muitas vezes de grande dimensão a lhe fazerem pensar , imaginar , contemplar; além das rimas, é claro , que divertiam a leitura.  Desta forma, ao concluir o curso médio , nas páginas em branco sobradas dos cadernos passou a elaborar seus versos , os quais eram anda incipientes e sem profundidade. Apenas seus primeiros exercícios de versar. Não possui nenhum escrito desses tempos.

Hílton fez o curso básico de Inglês na ACBEU , sempre por Bolsa.   Concluiu o curso de Letras na Universidade Católica de Salvador. Chegou a cursar pós-graduação  em Oficina Literária no Departamento de Letras da UFRJ, porém não concluiu.  Durante o curso de Letras , na Faculdade , gostava de expor seus textos em murais e já recebia alguns elogios e causava impressões. Teve alguns textos publicados pelos informativos do Diretório Acadêmico no tempo em que cursou. Hílton não era muito de recitar , apesar de gostar de eventos poéticos e saraus , mas tinha uma timidez que o impedia de se manifestar em público. Mas gostava de apreciar os Poetas da Praça na Praça da Piedade se manifestarem.

Hoje é professor  na Secretaria de Educação do  Estado  da Bahia. Publica seus textos em sites e os divulga na internet, nas redes sociais.

Hílton gosta de explorar temáticas políticas , filosóficas , existenciais , natureza, amor e aspirações humanas entre outras nos seus versos e prosas.

Produção Literária

O trem

O trem vindo distante

se faz lindo, brilhante;

sob o Sol cintilante,

sobre os trilhos avante;

seu som pesado de metal;

seu apito a chamar geral;

 

se integra à beleza,

no ponto das grandezas,

e as estrelas em festa,

quando na noite apresta,

como cometa passante,

de luzes lancinantes.

 

Desperta sonhos de viagens ,

desejos , fantasias , miragens

em corações românticos sonhadores,

em aventureiros conquistadores…

E quantos na estação vão se achar,

no desejo louco de viajar…

 

E tantos ficam vacilantes na estação

pensando se pega o trem ou não…

Veem chegar , parar ; seguir o trem,

e não vencem um medo de pegar o trem,

que levará mais uma cara para passar…

Outros embarcam sem muito pensar.

 

Vivem dilemas os desejosos do trem;

por histórias que contam sobre o trem:

‘ que o trem carrega uma maldição,

e que aprisiona tudo quanto é coração,

condenados a eternos viajantes,

sem mais viver a vida livre de antes’

 

Uma vez eu sonhei embarcado no trem;

e quando vi, já estava dentro do trem;

e senti um arrepio por estar no trem,

pois sabia, não podia mais sair do trem.

Não lembrava a hora de entrar no trem;

e comecei a andar pelos vagões do trem.

 

Logo no vagão em que me encontrava,

tinha uma gente que se assustava;

compenetrada , sobressaltada,

numa sala de estar arrumada;

idosos tricoteando ,cartas jogando;

bibelôs antigos enfeitando.

 

Como cena de crime era um outro vagão:

sangue espalhado em volta e pelo chão;

n’outro vagão, jovens curtindo bacanais,

entorpecidos de vinhos e fumos e mais;

em outro gente grave de ternos , vestidões

e um livro na mão; com suas explicações.

 

N’outro, senhores jogando em mesas,

copos de bebidas , cigarrilhas acesas,

entre gentes mal encaradas,

outras desmaiadas, embriagadas…

Prostitutas entre meliantes

de gestos agressivos , desafiantes…

 

Outro vagão era um cavernoso ambiente:

sombrio, com estranhas gentes

conversando segredos estranhos,

e olhavam de um modo tacanho…

Um outro vagão era fétido , com detritos,

e vinham de lá abafados gritos…

 

Havia um vagão repleto de indigentes,

acamados, prostrados, doentes ,

e outros lhe contavam histórias por amor:

dramas , tragédias , comédias e até terror;

e assim lhes esperançavam no sofrimento,

falando de finais felizes após tormentos.

 

Num vagão, um padre ante a cruz, rezando

e fieis de terços nas mãos acompanhando.

Outro vagão era um labirinto assustador,

com um minotauro rugindo com furor…

N’outro vagão, a morte : foice e capuz,

e um corpo estendido ; ambiente sem luz…

 

E assim o trem se afigurava

no sonho que nele sonhava;

e passava por desertos de entediar,

cidades fantasmas, mangues e beira-mar ,

lugares primitivos , atrasados,

onde o trem era até atacado.

 

Um vagão tão vazio encontrei;

numa enorme poltrona lá me sentei,

frente à janela para a planície lá fora;

e ali me descansei em boa hora.

Tirei um sono de tão cansado,

e sonhei num trem tresloucado:

 

pois este se ia pelo fundo do mar,

por abismos de fogo a enfumaçar;

bordas de penhascos contornava;

subterrâneos escabrosos rasgava;

o espaço solar ia riscando,

entre as estrelas, viajando…

 

Acordei com um solavanco do trem;

e também acordei deste sonho de trem,

de frente para a estação do trem…

Eu cochilo vendo o movimento do trem,

as gentes na estação que vão e vêm,

os tantos trens que vão e vêm…

 

Daqui do alto onde moro tenho a visão

de lá em baixo, o movimento da estação.

Vejo trem chegar , trem parar , trem partir;

levando e trazendo gentes no ir e vir…

Lembro os tempos que quis viajar no trem,

e então acabo sonhando com o trem.

 

Vem mais um trem lá distante;

se faz tão lindo, brilhante;

sonhadores , aventureiros,

na estação são os primeiros;

outros ficam imaginando

a vida, neste trem , viajando.

Publicações

  • Revelação (Bookess Editora Virtual), 2015 – poesia;
  • Meus Memoráveis Tempos do Halley (Bookess Editora Virtual), 2015 – poesia;
  • Iluminação (Bookess Editora Virtual), 2011;
  • Do Mundo Das Paixões (Bookess Editora Virtual), 2011 – poesia;
  • Exaltação à Natureza (Bookess Editora Virtual); 2011 – poesia.

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literaturadigital1.blogspot.com

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hiltonsouza.souza@gmail.com