Bio
Hílton, soteropolitano , já desde muito cedo tomou gosto pela leitura: revistas em quadrinhos às centenas até histórias de Monteiro Lobato; livrinhos de bolso de farwest e espionagem e fotonovelas foram outras centenas; depois, caros nomes da literatura nacional e internacional ; também livros de não ficção das mais variadas abordagens; livros religiosos e também alguns clássicos. Fez seus estudos em escolas públicas estaduais em sua cidade natal. No ginásio foi premiado duas vezes em concurso de slogan sobre “O Livro ” , pela Semana do Livro.
Começou a escrever por ócio, após ter concluído o curso médio e se situar naquela fase entre o final do curso médio e o início do primeiro emprego e/ou faculdade. Sempre lhe chamara a atenção nos livros didáticos de português o texto estruturado em versos , tanto visualmente quanto pela mensagem , geralmente de poucas palavras mas de mensagem muitas vezes de grande dimensão a lhe fazerem pensar , imaginar , contemplar; além das rimas, é claro , que divertiam a leitura. Desta forma, ao concluir o curso médio , nas páginas em branco sobradas dos cadernos passou a elaborar seus versos , os quais eram anda incipientes e sem profundidade. Apenas seus primeiros exercícios de versar. Não possui nenhum escrito desses tempos.
Hílton fez o curso básico de Inglês na ACBEU , sempre por Bolsa. Concluiu o curso de Letras na Universidade Católica de Salvador. Chegou a cursar pós-graduação em Oficina Literária no Departamento de Letras da UFRJ, porém não concluiu. Durante o curso de Letras , na Faculdade , gostava de expor seus textos em murais e já recebia alguns elogios e causava impressões. Teve alguns textos publicados pelos informativos do Diretório Acadêmico no tempo em que cursou. Hílton não era muito de recitar , apesar de gostar de eventos poéticos e saraus , mas tinha uma timidez que o impedia de se manifestar em público. Mas gostava de apreciar os Poetas da Praça na Praça da Piedade se manifestarem.
Hoje é professor na Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Publica seus textos em sites e os divulga na internet, nas redes sociais.
Hílton gosta de explorar temáticas políticas , filosóficas , existenciais , natureza, amor e aspirações humanas entre outras nos seus versos e prosas.
Produção Literária
O trem
O trem vindo distante
se faz lindo, brilhante;
sob o Sol cintilante,
sobre os trilhos avante;
seu som pesado de metal;
seu apito a chamar geral;
se integra à beleza,
no ponto das grandezas,
e as estrelas em festa,
quando na noite apresta,
como cometa passante,
de luzes lancinantes.
Desperta sonhos de viagens ,
desejos , fantasias , miragens
em corações românticos sonhadores,
em aventureiros conquistadores…
E quantos na estação vão se achar,
no desejo louco de viajar…
E tantos ficam vacilantes na estação
pensando se pega o trem ou não…
Veem chegar , parar ; seguir o trem,
e não vencem um medo de pegar o trem,
que levará mais uma cara para passar…
Outros embarcam sem muito pensar.
Vivem dilemas os desejosos do trem;
por histórias que contam sobre o trem:
‘ que o trem carrega uma maldição,
e que aprisiona tudo quanto é coração,
condenados a eternos viajantes,
sem mais viver a vida livre de antes’
Uma vez eu sonhei embarcado no trem;
e quando vi, já estava dentro do trem;
e senti um arrepio por estar no trem,
pois sabia, não podia mais sair do trem.
Não lembrava a hora de entrar no trem;
e comecei a andar pelos vagões do trem.
Logo no vagão em que me encontrava,
tinha uma gente que se assustava;
compenetrada , sobressaltada,
numa sala de estar arrumada;
idosos tricoteando ,cartas jogando;
bibelôs antigos enfeitando.
Como cena de crime era um outro vagão:
sangue espalhado em volta e pelo chão;
n’outro vagão, jovens curtindo bacanais,
entorpecidos de vinhos e fumos e mais;
em outro gente grave de ternos , vestidões
e um livro na mão; com suas explicações.
N’outro, senhores jogando em mesas,
copos de bebidas , cigarrilhas acesas,
entre gentes mal encaradas,
outras desmaiadas, embriagadas…
Prostitutas entre meliantes
de gestos agressivos , desafiantes…
Outro vagão era um cavernoso ambiente:
sombrio, com estranhas gentes
conversando segredos estranhos,
e olhavam de um modo tacanho…
Um outro vagão era fétido , com detritos,
e vinham de lá abafados gritos…
Havia um vagão repleto de indigentes,
acamados, prostrados, doentes ,
e outros lhe contavam histórias por amor:
dramas , tragédias , comédias e até terror;
e assim lhes esperançavam no sofrimento,
falando de finais felizes após tormentos.
Num vagão, um padre ante a cruz, rezando
e fieis de terços nas mãos acompanhando.
Outro vagão era um labirinto assustador,
com um minotauro rugindo com furor…
N’outro vagão, a morte : foice e capuz,
e um corpo estendido ; ambiente sem luz…
E assim o trem se afigurava
no sonho que nele sonhava;
e passava por desertos de entediar,
cidades fantasmas, mangues e beira-mar ,
lugares primitivos , atrasados,
onde o trem era até atacado.
Um vagão tão vazio encontrei;
numa enorme poltrona lá me sentei,
frente à janela para a planície lá fora;
e ali me descansei em boa hora.
Tirei um sono de tão cansado,
e sonhei num trem tresloucado:
pois este se ia pelo fundo do mar,
por abismos de fogo a enfumaçar;
bordas de penhascos contornava;
subterrâneos escabrosos rasgava;
o espaço solar ia riscando,
entre as estrelas, viajando…
Acordei com um solavanco do trem;
e também acordei deste sonho de trem,
de frente para a estação do trem…
Eu cochilo vendo o movimento do trem,
as gentes na estação que vão e vêm,
os tantos trens que vão e vêm…
Daqui do alto onde moro tenho a visão
de lá em baixo, o movimento da estação.
Vejo trem chegar , trem parar , trem partir;
levando e trazendo gentes no ir e vir…
Lembro os tempos que quis viajar no trem,
e então acabo sonhando com o trem.
Vem mais um trem lá distante;
se faz tão lindo, brilhante;
sonhadores , aventureiros,
na estação são os primeiros;
outros ficam imaginando
a vida, neste trem , viajando.
Publicações
- Revelação (Bookess Editora Virtual), 2015 – poesia;
- Meus Memoráveis Tempos do Halley (Bookess Editora Virtual), 2015 – poesia;
- Iluminação (Bookess Editora Virtual), 2011;
- Do Mundo Das Paixões (Bookess Editora Virtual), 2011 – poesia;
- Exaltação à Natureza (Bookess Editora Virtual); 2011 – poesia.