Marlon Marcos

Foto: Marielson Carvalho

Bio

Marlon Marcos nasceu no Centro Histórico da velha Cidade da Bahia. Desde criança se apaixonou pela história de sua terra e sempre foi um adepto inteiro das religiões de matrizes africanas, sendo um filho de Iemanjá e Oxoguian, a quem reverencia vitalmente.

 

Um contemplador do mar e seus mistérios, sua escrita se auto navega porque se faz aquática. Um poeta de riso e lágrimas que valoriza a tristeza, mas adora a alegria. Tem um único livro de poesia publicado, o Memórias do Mar, nascido de textos escritos em seu  blog homônimo, deixou para lançar seu segundo livro de poemas, que já está pronto e teve a seleção feita pelo jornalista Claudio Leal, em final de 2016.

 

Segue a vida como ávido amante da palavra, sendo professor, às vezes jornalista, outras vezes como pesquisador na área da antropologia, ciência pela qual é apaixonado e faz doutorado na UFBA. Um amante das linguagens artísticas que se norteia, fruindo 7 artistas mais detidamente, os donos  e as donas de sua paixão: Clarice Lispector, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Fernando Pessoa, Billie Holiday, Hilda Hilst, Caio Fernando Abreu.

Marlon considera a poesia o seu mais importante caminho.

Produção Literária

Cool jazz

Ainda ouvindo o sentido mudo do destino

Catando alegorias em um canto mínimo

Que renova a paz do lugar.

 

Ainda subindo escadas

Rolando ladeiras na alvorada

Bêbado sem lar…

 

Ainda cool jazz

E samba regado à luz

Por trás do muro

Preso a uma parede negro-azul

Como escudo anti-amoroso.

 

Cintila a história da cantora

Na fonte áspera do grande poeta.

Eu subindo escadas na alvorada

Dentro de um recanto escuro.

Arritmia

Algo acontece em acordo com o que vejo,

silencia o dia entre o frio da alma e o de Deus.

Concordata dos projetos da humanidade

sob as incertezas do tempo dançando.

O que vejo não é espelho para mim,

pois realiza o contrário do que sonho.

Ver deixa de ser sentir,

e a frase só se sabe em dificuldades.

Nada fala, tudo falta

ao desenho do coração sem sangue.

Mas não há morte ainda.

Mar

Quando não há vazio nem solidão

 

E da brisa úmida o meu sorriso.

 

A imensidão da tua presença

 

Aquece meus olhos meu coração.

 

E as tuas águas salgadas

 

Me limpam de mim.

 

E o que me trazes não sou eu

 

És tu! Majestosa revelação

 

Do que só assim em ti

 

Eu poderia fazer sentido.

Publicações

  • Memórias do Mar, Salvador: edição do Autor, 2013 ( Poesia)
  • Sob a égide das águas, Salvador: Editora Kawo Kabyesile, 2014 ( crônicas jornalísticas sobre candomblé)
  • Poemar, Salvador : Editora Kawo Kabyesile, 2015 ( Historinha da Mãe Negra Iemanjá)
  • Oyá-Bethânia: os mitos de um Orixá nos ritos de uma Estrela, Salvador, Editora Pinaúna, Coleção Sons da Bahia, 2016 (Antropologia).

Links

www.memoriasdomar.blogspot.com

Contato

ogunte21@gmail.com