Nilâine Machado

Foto: Erivelton Souza

Bio

Nilâine dos Santos Machado (ou simplesmente Nina, como gosta de ser chamada) nasceu em 03 de setembro de 1997. Oriunda do sertão baiano, a ireceense mudou-se para Salvador aos 17 anos, mas trouxe consigo todo interior no seu interior.

A história de Nina com a literatura confunde-se com a sua própria existência! Desde pequena, influenciada pela mãe e tias, ela descobriu na leitura, a possibilidade de transcender.

Por volta dos nove anos, ganhou em primeiro lugar um concurso na categoria conto, sendo premiada com uma bicicleta, mas para além do palpável, percebeu que possuía habilidades com a escrita, e desde então, escreve tudo que vê: ora com lápis, ora com a mente.

Estudante de psicologia e bailarina, Nina foi fortemente afetada pela poesia de Manoel de Barros e Clarice Lispector. Ela tenta a todo instante transver o mundo e vive de epifanias diárias, elementos estes que impulsionam sua escrita.

Nina é extremamente apaixonada pelo mar e o azul (cor expressa em seu cabelo e em sua alma), inclusive, escrever foi a forma que encontrou de virar mar! E sendo mar, ela é guiada pela maresia e escreve sobre: amor, saudade, caos, incertezas, prazer, vida, afeto, morte e o mais puro e profano da poesia.

Entre poemas, contos e coisas sem categorias, a moça do interior decidiu criar uma página no Facebook para divulgar o que escreve. “O lado azul da poesia” foi criado em 06 de junho de 2016, lá esta impressa a imensidão que Nina encontrou no mar: o lugar onde tudo é possível.

Ora rimando, ora passando pela disritmia, a menina azul escreve aquilo que vai observando, o que vão contando e o que vai vivenciando, não necessariamente nessa ordem. Na verdade, quem escreve não é ela, mas quem está precisando ser. Transita entre Nilâine e Nina, mas às vezes nenhuma das duas, já que às vezes incorpora a poesia de outros.

Na página voltada para a sua publicação literária, adverte: “se você já tiver passado por minha vida, certamente estará aqui, não exatamente explícito (ou sim), mas provavelmente estará nas entrelinhas.”

Nina ainda não definiu o seu nome artístico, simplesmente porque não gosta de definições! Assina como: “Nilâine (ou Nina) Machado”. Ela pensa em futuramente criar um heterônimo, porque não cabe dentro de si, mas enquanto isso não acontece, a moça de cabelo azul e alma marinha, vai seguindo com as palavras que vai capturando: seja como o eu lírico ou como o lírico eu de outro alguém.

Produção Literária

Poesia concreta (ou observações feitas da janela do ônibus)

Nos muros:

“amarelo cura”,

Amar é loucura.

Nos postes:

“A tristeza faz parte”,

faz arte.

No escuro da cidade

eis a poesia invisível:

colada

estampada

camuflada

Poesia

Poesia

Pedra

Na cola, no lápis, grafites e nos dedos:

a realidade nua, crua e colorida.

Na rua os passos viram rap

musicalizados com as mãos do coração.

É mermão,

a poesia horizontaliza a cidade!

Pega ladrão

Quem pegou a tua vida?

Quem pegou a vida de quem pegou a tua?

Alguém é capaz de pegar a vida de alguém?

Menino, roube tu a tua vida!

Toc toc

Bate o sangue de uma mulher

Toc toc

O martelo na mão de uma criança

Toc toque

Um estupro na esquina

Porra, tem um muro na tua frente,

um poste diferente!

Enxergue.

Toc toc

Tem gente.

Publicações

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nilainemachado@hotmail.com